Plano de Reestruturação Financeira

No próximo dia 13 de Outubro vai realizar-se, no Multidesportivo do Estádio José de Alvalade, uma Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal onde, entre outros pontos e no contexto do Plano de Reestruturação Financeira idealizado para a SAD do Sporting, se irá discutir e votar a transmissão para a SAD da participação social detida pelo clube na SCS (Sporting Comércio e Serviços, SA).

No contexto do passivo bancário existente, a SAD do Sporting terá de entregar à banca cerca de 100 milhões de euros até ao ano de 2016. Está, obviamente, à vista de todos que o futebol do clube não irá gerar nos próximos anos este volume de receitas. No ciclo vicioso actual, o Sporting não tem capacidade para investir no futebol de forma a conquistar títulos, galvanizar adeptos, atrair investidores, aumentar consideravelmente as receitas de quotização, aumentar receitas de bilheteira, garantir permanentemente as receitas da Liga dos Campeões, valorizar e vender jogadores, … E, de facto, esta situação em que o clube se encontra é o culminar de um série de erros e equívocos cometidos pelos dirigentes do Sporting, essencialmente, na última década. Por outro lado, enquanto não aprendermos a gritar e a dizer palavrões, também nunca poderemos contar com as benesses e os benefícios que os outros vão continuamente recebendo...

Naturalmente que aceitamos e percebemos que existam opiniões diferentes mas, na nossa opinião, enquanto o clube tiver a maioria da SAD e se esta transmissão da SCS for efectuada pelos valores correctos e aceitáveis, não vislumbramos razões suficientemente fortes para recusar esta proposta, pois será sempre o clube, mesmo que indirectamente, a controlar o destino da SCS.

Segundo consta, e para além de garantir o pagamento dos tais 100 milhões de euros à banca, este Plano de Reestruturação Financeira prevê libertar mais 10 milhões de euros por ano para investimento no futebol do clube.

No entanto, contando preferencialmente com o apoio de todos os sportinguistas, José Eduardo Bettencourt deverá ser ainda mais ambicioso. Ou seja, após ter sido eleito com 90% nas eleições de Junho passado, o presidente do Sporting tem a obrigação de, em paralelo com a resolução desta questão, conseguir outras fontes de receita de forma a permitir aumentar o investimento anual no futebol com valores bem acima dos falados 10 milhões de euros.

Neste contexto, os sócios do Sporting Clube de Portugal deverão perceber a importância destas decisões para o futuro do clube e, todos juntos e mais uma vez, decidir qual o caminho que o clube deve de facto percorrer. A responsabilidade do que se passa no Sporting é de todos os sportinguistas. E ninguém, dirigentes ou sócios, deverá no presente ou no futuro fugir às suas responsabilidades e às consequências das suas decisões!