A estratégia, as opções e as limitações do Sporting para atacar o mercado II

Após termos efectuado uma primeira abordagem sobre a estratégia, as opções e as limitações do Sporting na preparação desta nova época, era nosso objectivo voltar a este assunto apenas no final de Agosto (altura em que encerra o período de transferências). No entanto, pensamos ser oportuno revelar alguns factos, que muitos sabem mas não lhes interessa abordar, que ilustram claramente os diferentes caminhos escolhidos pelos principais clubes do nosso país. Depois, fica obviamente ao critério de cada um julgar cada uma dessas opções.

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Sendo o F.C.Porto um caso isolado, pois consegue apresentar todos os anos um orçamento brutal para a realidade do futebol português devido, sobretudo, à facilidade com que vende jogadores por verbas que não reflectem a real valia dos atletas, vamos abordar a realidade do Sporting e do Benfica.

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No Benfica a estratégia passa, como é claramente visível, por uma tentativa desesperada de alcançar resultados desportivos que permitam, no imediato, salvar um projecto e, a longo prazo, obter o retorno do investimento feito por forma a liquidar o passivo e os empréstimos entretanto obtidos. E este investimento tem sido possível pela obtenção consecutiva de empréstimos junto da banca e pela antecipação de receitas. Ou seja, este clube obteve inicialmente, números redondos, um empréstimo bancário de 20M€ para investir no reforço do seu plantel. No ano passado obtiveram a aprovação para um novo empréstimo de 40M€, com o objectivo de utilizar 20M€ na liquidação do primeiro empréstimo e utilizar os outros 20M€, mais uma vez, na aquisição de jogadores. Este ano tentaram obter um novo empréstimo de 60M€, cuja finalidade está à vista de todos, que não foi aprovado. O passo seguinte, como já é do domínio público, foi antecipar receitas através da assinatura de um contrato de publicidade até 2020. Entretanto, para dar outro exemplo, a dívida de 22M€ que tem de ser saldada até Setembro só deverá mesmo preocupar os responsáveis da Euroárea...

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E o que é que estas questões têm a ver com o Sporting? Pois bem, se nos tempos que correm, a estratégia do Sporting fosse, de igual forma, utilizada pelos clubes que têm os mesmos problemas e, dando de barato, os mesmos passivos, a depressão que se constata nos sportinguistas se calhar não existia ou era muito menos evidente. Mas, se outros clubes contratam 10 jogadores, com alguns nomes sonantes pelo meio, e o Sporting anda a regatear durante semanas a contratação de apenas 2 jogadores, chovem naturalmente as críticas e aumenta a depressão...

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Relativamente ao Sporting, não vamos abordar agora a origem do passivo nem identificar os responsáveis pela sua actual dimensão (seria necessário identificar muitas pessoas...). E neste contexto, segundo os actuais dirigentes leoninos, quem não tem dinheiro não deverá ter vícios. Obviamente que tanto a SAD como o próprio Paulo Bento preferiam o Maicon ao Abel, preferiam o Buffon ao Rui Patrício, preferiam o John Terry ao Polga e preferiam, fiquemos por aqui, o Patrice Evra ao Caneira. Só que estes dirigentes têm, actualmente, dois caminhos - ou pagam as dívidas e honram os compromissos assumidos ou, numa jogada arriscada e sem garantias de retorno desportivo e financeiro, contratam melhores jogadores (não estamos a equacionar, para defesa-direito, nem o Maicon e nem o Patric).

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E vocês o que fariam?